Apoiados pelo Instituto Terroá em projeto financiado pelo Fundo CASA, comunitários iniciam construção de sede

Em Ubatuba – SP, situada à esquerda da Rodovia Rio-Santos (BR 101, sentido norte), na altura do quilômetro 37, com acesso pela Estrada Municipal de Itamambuca, a Comunidade do Quilombo dos Remanescentes de Itamambuca conta com mais de 40 núcleos familiares residentes no local, uma antiga fazenda produtora de café abandonada pelos donos por falência – em sua maioria, netos e bisnetos de trabalhadores que viveram ali escravizados.

Parceira do Instituto Terroá, a Associação dos Remanescentes do Quilombo do Sertão de Itamambuca, formada pela união dessas famílias, vem conquistando reconhecimento e garantindo a ampliação de seus direitos.

O início de um sonho comunitário

Em 2019, por meio do Edital do Fundo Socioambiental CASA Ecossistemas Pessoas, relativo à conservação da água e ao fortalecimento de comunidades de base, a Associação em parceria com o Terroá, construiu e aprovou um projeto com três objetivos principais: I) apoiar a organização comunitária; II) fomentar a conservação da água e a promoção de boas práticas de pesca e produção de pescado; III) elaborar novos projetos e oportunizar novas parcerias para o território.

O projeto contempla a realização de seis atividades de campo, que incluem um diagnóstico rápido participativo da organização social local e das práticas de pesca e produção de pescado locais, o fomento aos sonhos e à uma visão comum da comunidade, o planejamento dos passos para atingi-la, a articulação com possíveis parceiros públicos e privados locais, a exploração das melhores possibilidades para a pesca ou produção de pescado e a implementação de ações-piloto que fomentem a conservação da água e a pesca.

Segundo Rafael Barone, consultor do Terroá, biólogo, doutor e especialista em produção de pescado: “A ideia é que a promoção de boas práticas de pesca e produção de pescado seja apenas um gatilho para apoiarmos na organização social comunitária, no fomento aos sonhos coletivos, a conservação dos recursos naturais e ao dinamismo econômico local”.

A construção de uma sede foi uma decisão da comunidade, pensada como um dos passos fundamentais para atingir o objetivo de conquistar uma maior autonomia social e econômica, servindo para ponto de apoio ao turismo de base comunitária, atividades de educação ambiental e implementação de tecnologias-piloto em produção de pescado e para o saneamento.

Mãos à obra!

Ainda que esse projeto inicial seja de curto prazo e baixo investimento, o Terroá decidiu apoiar a realização desse sonho comunitário, disponibilizando um pequeno recurso que oportunizou o início da construção da sede do Quilombo, no início de fevereiro de 2020.

O projeto continua até maio de 2020, porém a parceria comunidade-Terroá continua, já que o Instituto Terroá entende os territórios e comunidades como parceiros de longo prazo na busca pelo desenvolvimento territorial sustentável.

O Quilombo

A Comunidade do Quilombo dos Remanescentes de Itamambuca foi reconhecida em 2010, quando seu RTC (Relatório Técnico-Cientifíco), elaborado pela antropóloga Anna Maria de Castro Andrade, foi aprovado e publicado no Diário Oficial do Estado de São Paulo.

Compartilhar: